Blog do Homem Estupendo

O "blog" de um homem que é tudo menos estupendo...

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quinta-feira, janeiro 29, 2004

Caríssimos amigos, aquilo de que vos falar hoje é um assunto muito sério, embora, para muita gente, seja apenas um motivo para uma boa gargalhada. Porém, sei que alguns entre vós compreenderão que o tema desta crónica é sério e chega até a ser doloroso.
Este texto pretende apresentar alguns dos problemas que quem circula nos comboios da linha de Sintra enfrenta, e almeja igualmente deixar alguns tópicos à reflexão dos meus leitores.
Para quem só andou de comboio uma ou outra vez na vida, essa escassa experiência é relembrada como algo agradável e até epicamente belo. Por exemplo, se só se viajou uma vez de comboio e essa viagem foi feita a caminho do Festival do Sudoeste, e se se estava animado por 10 minis e uns bafos num cigarro estranho que estava a passar por todos os ocupantes da carruagem, claro que a viagem deve ter sido agradabilíssima, e a única coisa estranha a relatar era o facto de se ver elefantes cor-de-rosa a pastar nas planas paisagens alentejanas.
Por outro lado, se a sua experiência se cinge a uma viagem nocturna feita num moderno Alfa Pendular até ao Porto para ir ver o um jogo de bola, ou ir curtir a noite tripeira, claro que a sua disposição é a melhor possível, especialmente se viajar com amigos. A única dor que sentirá, depois de regressar no mesmo comboio para baixo, será a dor de cabeça consequente dos abusos etílicos, e nunca atribuirá culpas ao desconfortável (pseudo) encosto para a cabeça dos bancos do comboio.
Mas, aqui fica uma advertência: se por acaso estiver com uma dor rectal e com alguma incontinência anal, meu caro amigo, não culpe a CP, muito menos a bebedeira, ou as tripas à moda do Porto que comeu numa tasca da zona ribeirinha. O motivo pode ser outro. Lembre-se de que cada vez mais há por aí um vírus que se transmite de um modo peculiar, que é um tipo ir à casa de banho e sentar-se na cagadeira quando ainda lá está outro gajo… Cuidado. Desconfie…
Resumindo, se nunca viajou frequentemente na linha de Sintra, se nunca teve que utilizar os comboios da referida linha para ir trabalhar ou estudar, ou simplesmente para a borga no Bairro Alto, então, nesse caso, o meu amigo está à margem e perfeitamente alheado daquele que posso considerar como um dos maiores flagelos deste nosso Portugal.
É que só quem experimenta ir pela madrugada, ensonado e rameloso, até à estação, quem sofre as intempéries matinais enquanto aguarda pelo comboio, quem observa o olhar papudo e mortiço da populaça que partilha consigo essa longa espera, e depois apanha, finalmente, o comboio, só quem vive tudo isto habitualmente é que entende porque é que milhares de tugas preferem secar nas bichas, perdão, filas – não quero que ninguém se ofenda – habituais no já mítico IC-19.
Mas o melhor deste dia-a-dia é a entrada no referido meio de transporte e tudo o que se segue. Várias questões merecem ser levantadas:
Primeira: se toda a gente faz fila na estação, porque é que há sempre pessoal que finge estar a dormir, ou apenas ser distraído, e insiste em passar à frente da maralha para papar o único lugar vago?
Segunda: porque é que normalmente, quem faz isso são sempre indivíduos de África, ou então tipas entre os 40 e os 50, com um saquinho ou outro em cada mão, afogueadas e rosadas, e com uma respiração que faz lembrar um qualquer animal selvagem depois de correr pela savana?
(Atenção, não quis ofender nenhum animal – que isso fique bem claro!)
Terceira: Ao entrar, porque é que toda a gente se quer sentar de frente para o sentido do comboio, ou seja, como se fosse num carro? Esta é uma questão bem curiosa. Se repararem, nos lugares de lado, junto às portas interiores, ninguém gosta de ir (à excepção de estudantes, o que também é peculiar…), e de costas para o sentido do comboio muito menos! Num destes dias, quase todos os lugares da carruagem estavam livres e eu, imprudentemente, sentei-me a favor do rumo que o comboio levava. Na próxima paragem, uma velha bafienta entra no comboio e senta-se mesmo ao meu lado. Ó que grande merda, que gaita de azar – pensei eu. Não, nada disso. Na realidade, eu é que tinha sido pouco atencioso. Efectivamente, todas as cadeiras na direcção do comboio estavam ocupadas.
Agora pergunto: será que ninguém reparou que todas as restantes cadeiras, aquelas que estavam de lado e na direcção oposta, estavam livres?!?!
Irra!
Eu sei que está frio, mas recuso-me a pensar que a velhinha se queria aquecer, ou que o meu sex appeal é de tal maneira potente que até as velinhas não me conseguem resistir.
Deve de haver algo muito mais obscuro.
Excede-me.
Adiante.
Quarta: será que alguém me consegue explicar porque é que há tipos que mesmo com o comboio a deitar por fora insistem em transitar de uma carruagem para a outra? O que é que eles procuram?! Não há lugares, meus amigos! Isso é óbvio. Então porque andar a pisar e a chatear a malta toda? Que interesse sórdido está por de trás deste tipo de comportamento? Querem roçar-se nas tipas e não arranjam melhor maneira, é?
Recuso-me a pensar que, muito provavelmente, as pessoas que fazem estas deambulações pelo comboio justifiquem estas passeatas por motivos geográficos. O que quero dizer com isto? Que as pessoas pensem: ah, deixa-me ir andando para a frente porque a porta da frente, junto ao maquinista, pára junto à saída da estação…
Meus caros: entendam uma coisa: o caminho que vocês fazem dentro do comboio é exactamente o mesmo que teriam que fazer se não se divertissem a pisar os calos da malta. Para os que não sabem matemática, acreditem em mim, por favor. Para os mais cépticos, levem uma fita métrica.
Mas, por favor, parem de andar de um lado para o outro dentro do comboio!
(As restantes questões excedem o contexto do comboio, mas quando nele inseridas tomam proporções mefistofélicas.)
Quinta: o caso dos putos. Todos sabemos que os bancos dos comboios são apertadinhos e muito próximos uns dos outros. Se querem saber, julgo que isso é uma estratégia da CP (a pedido do estado e talvez até da Igreja também – muito obscuras são as ligações entre estas duas entidades…) promover o contacto entre as pessoas e, consequentemente, aumentar a possibilidade de haver novos casais e novos nados. Ou então, não.
Seja como for, a anatomia dos bancos e a sua disposição, que são inerentemente más, acabam por originar um problema que faz muito boa gente perder a paciência e sentir vontade de partir para a violência – efeito bem contrário ao objectivado pela estratégia da CP, do estado e da Igreja. É que, quando há putos “ao barulho”, nomeadamente crianças entre os 3 e os 6 anos, que embora estejam ramelosos e sonolentos, manifestam paradoxalmente uma pica desmesurada, a situação torna-se bastante incómoda. (Eh pá! Tenho que ter mais atenção ao que escrevo! Nos dia de hoje, pode ser bem “prejudicial à saúde” escrever na mesma frase as palavras “crianças” e “pica”, como acabo de fazer. Peço ao meu leitor que substitua “pica” por “energia”, ok? Não volta a acontecer, Sr. Provedor – não se incomode a colocar-me sob escuta, ok?)
Realmente, quando um tipo vai de fato completo para o trabalho, tem as pálpebras pesadas como chumbo e a única coisa que quer é fechar os olhos e pensar na brasileira morenaça que protagonizava o filme de ontem à noite no Sexy Hot, tudo este belo cenário de paz e sossego pode ser incomodado por uma criancinha que nos espezinha o fato com as suas botas sujas de lama, que nos atira para cima o brinquedo, e que, quando nos baixamos para apanhar o dito brinquedo que entretanto caíra para o chão, atira sobre nós várias questões de rajada.
Pois é, o amigo até pode olhar para a mãe da criança a pedir surdamente que ela domine o rebento, mas a indiferença ou até um perverso sentimento de “isso, fode o juízo ao senhor; deixa a mãe descansar um pouco” fazem com que isso nunca aconteça. O fato fica marcado com o logótipo da Chicco, extraído directamente da sola dos sapatinhos da criança, e nós perdemos o tino à tal brasileira de ontem.
Uma desgraça.
Avanço aqui com uma ideia: fazer um abaixo-assinado para proibir a entrada nos comboios a menores, como num bom cinema de filmes pornográficos.
Aqui fica a minha proposta.
Sexta: imagine-se a dormitar no comboio. Conseguiu um lugar calmo, sabiamente localizado contra o sentido do comboio, a carruagem até está pouco cheia e você até consegue abstrair-se do sítio onde está e imaginar-se algures numa praia solarenga e com muitas beldades em biquini. O que poderá estragar este cenário? Simples: dois africanos que entram a conversar e se sentam na mesma carruagem onde você está. Repare que nem precisam estar muito perto. O simples facto de estarem a conversar é o suficiente.
Fascina-me o porquê do volume das conversas entre africanos. Não havendo nada de fonético nos falares africanos que explique o intenso volume, é para mim um mistério sobre a magnitude que uma conversa, por mais quotidiana que seja, consegue atingir. Será que têm receio de que a pessoa que está ao lado deles não os oiça? Duvido, visto toda a gente na carruagem conseguir seguir a conversa.
É um verdadeiro mistério.
Agradeço que me enviem hipóteses explicativas.
Sétima: bom, ainda no tema dos decibéis elevados, imagine-se sentado numa carruagem calmamente vazia. Estranhamente, só você e mais dois ou três gatos-pingados. Os olhos pesam, a brasileira do filme de ontem rodopia em volúpia na sua mente…
De repente, a música do hino da RTP. Mas está diferente. Você pensa: estou a sonhar… é a Tv… deixei a Tv ligada ontem à noite e agora os putos quando forem brincar vão catar a brasuca do filme…
‘TOU! – Bruscamente e sem preparação, você dá um salto e apercebe-se de que o indivíduo que está defronte de si está a iniciar uma conversa ao telemóvel.
“SIM, FILHA”… Por mais que queira… “NÃO, FILHA”… é impossível pensar noutra coisa… “TENS DE SER TU A IRES BUSCAR A MIÚDA AO COLÉGIO”… muito menos alhear-se da conversa em curso… “POIS, TENS DE SER TU”… por menos interessante que ela seja. “NÃO, É QUE A GENTE VAMOS VER A BOLA NO CAFÉ DO Sr. PERES”…Você olha para a janela, mas ainda é escuro… “Ó FILHA, É O GLORIOSO!”... e por isso ela só reflecte a imagem do tipo que fala ruidosamente ao telemóvel. “MAS É O GLORIOSO CONTRA A LAGARTAGEM – QUERO VER, FILHA”… Por mais que tente pensar na brasileira do filme… “E O TEU PAI?!”… a única coisa que fica molhada no seu corpo é mesmo a sua cara, “SEI LÁ DO TEU PAI! NÃO O VOU BUSCAR – O TIPO É LAGARTO!”… vítima do indivíduo estar cada vez mais exaltado… “ACHAS QUE ESTOU A SER INJUSTO CONTIGO?!”… e a falar cada vez mais alto… “OLHA, QUERES QUE TE DIGA UMA COISA?”… e que agora cita alguém mais ou menos conhecido: “TOU-MA CAGAR PARA O TEU PAI, FODA-SE!”

Como o meu caro leitor pode constatar, é um admirável mundo novo a que se acede quando entramos num comboio.
Imagino que quem não tenha o hábito ou a necessidade de andar de comboio se esteja, muito compreensivelmente, a roer de inveja de quem anda…
Ou então, não.

Mas antes de me ir embora, e porque aquela ideia do abaixo-assinado que acima referi pode mesmo ir avante, deixei-me dar mais uma ideia: que tal se nesse abaixo-assinado defendesse-mos também a substituição de Simara por Jô Soares no nosso panorama artístico. Em termos de peso andará ela por ela, e relativamente à utilidade, além libertarmos o cenário musical português de mais uma parasita sem qualidade, conseguiríamos mais um artista para fazer rir este Portugal que tanto anda tristonho e cabisbaixo.

Ah, e já agora, que acham que fizermos uma troca desigual, tipo dois-em-um, e mandar-mos Simara e Roberto Leal (de vez) para o Brasil e só pedirmos o Gordo em troca. Provavelmente, os brasileiros pensariam que estávamos a ser generosos, já que se trocava 2 por 1, e nós ficávamos mais contentes, com os ouvidos mais poupados, e sem ter de ouvir a paneleirices do Roberto Leal.

Que vos parece?

jvoc@gawab.com

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Ora bem, depois de provocar-vos algum suspense, cá me digno a relatar a estupenda revelação que tenho para vos dar. É que, meus caros leitores, descobri o que se passa nas casas de banho femininas e porque razão as mulheres vão em grupo aos lavabos, quase como se de uma peregrinação a Fátima se tratasse.
Tudo aconteceu recentemente, durante um jantar de anos para que fui convidado. A referida refeição teve lugar num curiosíssimo restaurante perto do Elefante Branco – aliás, foi só mesmo por saber a interessante localização do dito estabelecimento que eu me dignei a ir ao tal jantar…
Achei o restaurante curioso por vários motivos, a começar pelo nome: cá fora estava escrito “Marisqueira chinesa”. Ora, como não gosto muito de marisco – e só por este facto se vê quão particular o meu ser é; estou farto de ouvir o pessoal perguntar-me ruidosamente “não gostas de marisco?!”, logo a seguir a eu ter dito isso mesmo, que não gosto de marisco, mas enfim… – confesso que fiquei um pouco incomodado por ir a uma marisqueira. No entanto, face à proximidade de uma certa casa de regabofe, resolvi ir e, se eu não comesse no restaurante chinês, estava seguro que encontraria outro sítio onde “petiscar” uma boa carninha de leste, ou uma “picanha” brasileira…
Acontece que, para meu espanto, quando já sentado à mesa tive a oportunidade de inspeccionar a lista de pratos, constato que de marisco só mesmo gambas. De resto, a galinha, o pato e os outros animais do costume que se encontram em qualquer restaurante chinês. Mais, até lá estava também a mítica vaca com molho de ostras, qualquer coisa como o número 68, mas não havia ostras chao min, ou pa-si, ou coisa que o valha.
Achei estranho. Mas que raio de marisqueira vem a ser esta, afinal?
Julgo ter percebido que afinal o erro foi meu. Marisqueira deve querer dizer karaoke em cantonês, ainda que eu sempre tenha pensado que karaoke fosse uma palavra japonesa e que a sua versão chinesa não fosse muito diferente da nipónica. Afinal, e esta é mais uma revelação extraordinária, karaoke, traduzido do cantonês para o português, pode querer significar marisqueira.
O que se passa é que a única coisa que este restaurante chinês tem de diferente face aos milhares de estabelecimentos semelhante espalhados por todo o país é que, a partir de uma certa hora, temos karaoke. E que karaoke, meus amigos… Imaginem bem o que é a malta pôr-se a cantar depois de ter pança cheia de arroz chau-chau e de já estar bem bebida com a aguardente de bambu…
Um espectáculo deprimente que me fez e faz sempre pensar sobre a evolução humana… Mas isto daria mais uma crónica para este blog, e agora não temos tempo…
Bem, voltemos ao assunto principal – o que fazem as gajas na casa de banho.
Ora bem, a certa altura, este pobre pseudo-escritor teve de ir à casa de banho – talvez já demasiada aguardente… Seja como for, quando chego ao WC encontro as duas sanitas ocupadas.
Há por aí muita malta que mija nos urinóis, mas, cá para mim, só os paneleiros e os “voyeurs” é que gostam de fazer a líquida necessidade fisiológica nesses dispositivos disformes que só existem nas casas de banho masculinas. Cuidado!
Feito este comentário, escusado será dizer que aguardei que o povo que se estava a aliviar o fizesse. E aguardei… E aguardei… E concluí que o caso estava negro, ou pelo menos castanho, mal cheiroso e nojento…
Acontece que os lavabos masculinos e femininos eram próximos, e isso tentou-me a espreitar para o WC das mulheres…
Ninguém…
Decidi verificar se não vinha nenhuma rapariga mais incontinente a caminho da casa de banho e apostei na sanita que tinha melhor aspecto…
Quando me estava a aliviar, ou seja, a sentir aquela magnífica sensação de alívio enquanto se tenta, com o jacto certeiro do mijo, raspar a merda que está agarrada ao fundo da sanita, logo acima no nível da água, entram umas tipas na casa de banho.
Pânico!
Engenhosamente, pensei: bom, fico cá dentro; há mais uma sanita, logo, mesmo que sejam muitas, as tipas que façam o xixizinho na retrete ao lado.
Estava tudo controlado – pensava eu.
Imediatamente a seguir a este pensamento brilhante, bateram-me à porta e perguntaram-me: “está aí alguém?”
Que fazer?! Não podia dizer que sim! Seria logo catado pelo tom de voz – quem me mandou andar a beber aguardente velha quando era puto?!
A situação era alarmante. Porém, em segundos, lembrei-me de descarregar o autoclismo, e assim denunciar que estava realmente alguém a usar a sanita.
Genial! – pensava eu. Agora é que eles vão todas à retrete ao lado. Será só uma questão de tempo até poder sair daqui sem ser espancado até à morte por um grupo de mulheres iradas e acusado de ser um tarado.
E foi neste momento que percebi porque é que elas vão à casa de banho em grupo! Decidi aproveitar a minha posição privilegiada – um verdadeiro espião – para investigar o assunto. Posso dizer que fui até onde nunca nenhum homem – que não se senta para mijar… – tinha ido antes. E, o melhor da história, é que estava completamente incógnito – pelo menos assim o pensava.
E nesta altura ouvi conversas sobre assuntos tão diversificados como: as calças da Salsa e a sua altura; pensos versus tampões – quais são os mais confortáveis?; a namorada do Carlos é uma vaca, ou é uma puta?; qual é o rapaz mais giro da mesa?; quem é que achas que está interessado em ti, e quem é que tu comias?
Entre estes temas, claro que o que me chamou mais a atenção foi o de saber se a namorada desse tal Carlos trabalhava ou não no Elefante Branco. Se sim, podia ser que ela me conseguisse uma borla para entrar no estabelecimento de folia e até me concedesse mais qualquer coisinha – a cavalo dado não se olha o dente e eu nunca fui ciumento!
Infelizmente, o tema dominante foi mesmo as calças da Salsa. Este facto espantou-me bastante, ou seja, o facto um assunto de moda se sobrepor em tempo e em número de palavras ao assunto da comidinha, que não a chinesa… Se estivessem três tipos com a mesma conversa à porta do restaurante, de certeza que haveria apenas um único reparo sobre um pormenor das calças de um deles, e passar-se-ia logo para as calças de uma qualquer rapariga da mesa, e daí em diante seria sempre a descer – ou a subir, dependendo da posição em que se está…
Mas não. Na realidade, quase 10 penosos minutos de conversa sobre as calças da Salsa… e eu lá dentro! E a ter de ouvir!!!!
Contudo, o grande busílis aconteceu quando eu comecei a ouvir uma tipa a dizer: será que ela se está a sentir mal?
Foi nesta altura que percebi que por algum motivo estranho nenhuma das tipas tinha usado a retrete ao lado e que aguardavam a minha saída para fazerem as suas necessidades!
Medo!
Como descalçar esta bota?
Se fosse um filme do Sexy Hot não o único problema que eu enfrentaria seria aviar 3 malucas esfomeadas de uma vez, porque assim que eu abrisse a porta haveria um diálogo espantosamente estúpido e depois eu seria atacado e devorado por 3 libidinosas mulheres já semi nuas e teoricamente excitadas…
Porém a realidade é bem diferente…
Com o dever cumprido por já ter espiado audaciosamente os temas sobre os quais as mulheres falam quando vão à casa de banho, e também por ter ouvido que iam chamar o empregado, decidi abrir a porta e sair corajosamente…
O que se seguiu não vale a pena comentar…
Direi apenas que quase não vi o karaoke e que afinal, a outra retrete não fora usada porque tinha papel espalhado pela sanita – mania das limpezas e do asseio!
Agora que já estou mais recuperado, que quase já não me doem os arranhões que tenho na cara, nem os tomates que foram violentamente pontapeados, é o momento de partilhar estas novidades convosco.
E portanto, em jeito de conclusão, aqui fica a informação nunca antes revelada: as mulheres vão à casa de banho em grupo porque querem falar de moda! É a realidade! E porquê, pergunta-me o leitor. Ora, porque com os homens não conseguem falar de moda, e porque quando nós as ouvimos falar de roupas e afins com alguém fazemos questão de falar logo de futebol – tema odiado por quase toda a mulherada – ou então mostramo-nos agastados por elas estarem a falar de um tema que nos diz muito pouco.
E pronto, por hoje fico por aqui.
Da próxima vez abordarei um tema desta crónica decorrente: a moda aos olhos dos homens.
Até breve!
jvoc@clix.pt

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Meus amigos, a história que vos trago hoje constitui um marco na investigação desse ser curioso e absolutamente enigmático que é a mulher. Pois é, desde sempre – ou seja, desde a Eva e o Adão para uns, desde o Macaco Adriano e a sua respectiva e desconhecida macaca para outros – que o assunto fascinou tudo e todos. Que ser estranho é esse que perde sangue de 28 em 28 dias e que mesmo assim consegue sobreviver e ser (nalguns casos…) extremamente apelativo?

E entre as várias vertentes que foram estudadas ao longo dos tempos sobre esse fascinante tema do reino animal que agora se discute, há um que, recentemente, tem atraído muito a atenção desses incansáveis e curiosos seres que estudam as mulheres, vulgarmente designados por “gajos”. Esse tema, a que agora faço referência, é, como alguns dos meus leitores já perceberam, o intrigante ritual das idas às casas de banho em conjunto.

Nada de mamas nem de pilas, meus caros. Aquilo que nos diferencia mesmo, aquilo que, sem qualquer sombra de dúvida distingue o homem da mulher é o modo de ir à casa de banho.

E não vos falo de como se urina! Sim, porque nesse campo, sei, por exemplo, de fontes seguras, que George Michael adora sentar-se na sanita para urinar (especialmente quando ainda lá está um desgraçado a cagar…) e sei também que Ru Paul ou mesmo Roberta Close ainda mijam de pé… São vícios…
Cada vez mais há que admitir que só uma coisa nos distingue verdadeiramente, especialmente depois das confusões que silicones e medicinas duvidosas vieram trazer: falo-vos no modo de ir à casa de banho.
Reparemos: as mulheres vão quase sempre em grupo à casa de banho! E quando não vão em grupo, é porque estão sós – e assim seria mesmo muito difícil ir à casa de banho, embora haja por aí muito mafarrico que se oferecesse prontamente para auxiliar no que fosse preciso a tal senhora com o aperto urinário.

É absolutamente estranho tal facto e cuidado, meus amigos, porque se convidarem um amigo vosso para ir à casa de banho o cenário é bem diferente: ou ele aceita e oferece-se logo para vos abrir a braguilha – cuidado que é apenas falsa cortesia! -, ou então o vosso amigo, alvo de tão estranho convite, repudia a vossa tentativa de investigação com uma valente caralhada e provavelmente chamar-vos-á qualquer coisa que rime com palheiro…

Assim sendo, como investigar esta prática tão feminina uma vez que se se ensaiar uma analogia sexual as coisas correm muito mal, e se nos oferecermos para ir em grupo com elas à casa de banho somos de lá corridos à chinelada e rotulados de depravados – não que isto alguma vez me tenha acontecido, claro…

Meus caros, apresento-vos a solução para este enigma…

Mas isso só no próximo artigo deste Blog estupendo!

Um abraço deste vosso escravo

jvoc@gawab.com

sexta-feira, janeiro 09, 2004

A pedido de várias pessoas - na realidade foi só uma sugestão de uma pessoa, mas enfim - eis que me digno a escrever umas merdas e, o que é realmente lamentável, a publicá-las, ou melhor a apresentá-las ao mundo por meio deste "blogger" - o que quer que isso seja.
Antes de mais, deixem-me confessar que não percebo nada desta linguagem bloguista, muito menos domino o conceito de "blog". Sei apenas que o termo vem da aparente fusão entre das palavras inglesas Web e Log, e eu, por mim, está tudo bem, como diria Marco Horácio, esse mago do fazer rir. (És o maior, mesmo quando depois do espectáculo no São Luís bates com o carro no eléctrico... Não sei se reparaste, mas o tipo nem sequer se desviou, o animal...)
Adiante...
Mais quero aqui deixar, e em nota de conclusão, que não sei bem se levarei este projecto avante, ou pelo menos se o manterei durante muito tempo. (Diria agora um vendedor rasca que sabe a cartilha toda: mas então já está a pensar desistir antes de começar, meu amigo? Não pode!) A verdade é que se agora estou a escrever, é só porque estou em casa numa sexta à noite e isso é muito deprimente...
Escrever, para mim, não é uma actividade, mas sim um hobby, até porque para se ganhar dinheiro da escrita neste ranhoso país é preciso muito talento (embora isso nem sempre seja condição absolutamente necessária, como se prova com exemplos como Margarida Rebelo Pinto ou Paula Bobone...)
Assim sendo, começo estas miseráveis crónicas encarando-as apenas como um hobby terapeutico. Quer isto dizer que faz bem à saúde, mas que é para tomar apenas quando me der na bolha.
Mas agora reparo que nem me apresentei aos meus ilustres leitores...
Que descuido imperdoável...
Vergado de vergonha (que aliteração tão rasca, porra!) aqui me despeço por hoje.
Seja como for, sem apresentação, por aqui me quedo.
Saberá Deus quando escreverei novamente, ou então nem o Velho Barbudo o sabe...

Pois é, será aqui que irão aparecer umas quantas tretas, reflecções, angústias, ordinarices e outras imundices, ou então não...

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