Blog do Homem Estupendo

O "blog" de um homem que é tudo menos estupendo...

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quinta-feira, julho 22, 2004

Eu quero ser ministro!

Durante a tarde, "Paulinho das Feiras", agora Ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar - para nosso espanto e, como se viu, também para espanto do próprio - mostrou-se radiante pois Portugal iria mostrar (mais uma vez) que era um país inovador, pois teríamos a partir de hoje uma mulher como secretária de estado da defesa...

Horas depois, na tomada de posse dos secretários de estado, o governo pregou uma seca de uma hora no Presidente da República. Motivo? A senhora que ia ser uma pioneira, afinal, recusou... Olha, então muda-se a amiga para outro ministério, ok? Quem quer ser secretário de estado dos assuntos do mar e dos antigos combatentes?

Por sorte, não estava nas imediações do Palácio de Belém, se não ainda podia ter sido eu o nomeado...

Mas o que é grave é que, como já deu para perceber, este governo está a ser formado por puro compadrio e amizades mais ou menos sórdidas.

Eu julgava que um tipo, para assumir uma secretaria de estado, teria de dominar a matéria que iria secretariar.

Isto parece-me bem óbvio. Mas, afinal, eu é que sou o bimbo...

Como sou professor, sou me consideraria um potencial secretário de estado ou ministro ligado à educação, ou ao ensino superior; mas, afinal, desde que eu seja amigo do "Paulinho das Feiras" ou do tipo que deixou dois buracos em Lisboa - falo, naturalmente, do mítico túnel do Marquês, qualquer dia já atracção turística, e do buraco de 100 milhões de euros de dívida que a Câmara de Lisboa tem - tenho boas possibilidades de ser ministro de uma coisa qualquer.

E já nem falo do Nobre Guedes...

Ah, e até à hora de assinar o livrinho, posso mudar! Parece que já estou a imaginar:
"Vá, assine lá e tome lá o "tachinho" da secretaria de estado da economia..."
"Oh, mas eu não tenho matemática desde o 9.º ano..."
"Ok, então escolha lá outra coisa."

Só me apetece ler os poemas mais negros de Bocage ou de Edgar A. Poe para ver se animo...

quarta-feira, julho 14, 2004

Sobre abismos e abissos

Ontem, quando estava a ver um jogo da Copa América com um amigo, o comentador referiu-se a algo como "abissal". O meu parceiro de tristes noites futebolísticas saiu-se com esta: "olha lá, se se diz abismo, de onde é que vem o abissal?"
Um grande ponto de interrogação surgiu sobre a minha cabeça, e ele era bem grande, visto haver na minha pessoa responsabilidades acrescidas por não saber responder àquela questão. De facto, ainda que o mestrado em linguística esteja a correr bem, ainda há muito para aprender, todos os dias e a toda a hora.
No avançado da noite, ainda formulei uma hipótese que, curiosamente, não anda muito longe da verdade.
Com rigor científico, e atestado pelos livros que consultei, aqui vai a explicação:

Abism- é um antepositivo que vem do latim abyssus,i (it. abisso, fr.ant. provç.cat. abi[s]),o qual, por sua vez e como é frequente, deriva do grego ábussos,on,on que significava sem fundo, ou de uma profundidade imensa. O substantivo passou por intermédio da Igreja às línguas românicas sob a forma culta de "abisso" e a de um dobrete popular *abismus (fr. abîme, provç.cat. abisme, esp. [> logd. abismu], port. abismo). Em português temos, assim, dois radicais: o popular abism- e o culto abiss-. Por isso temos palavras como: abismado, abismador, abismal, abismamento, abismante, abismar, abismático, abismense, abísmico, abismo, abismoso; e abissal, abissar, abíssico, abisso, abissodinamia, abissodinâmico, abissolítico, abissólito. No entanto, embora abisso e abismo sejam palavras idênticas em conteúdo e a sua diferença gráfica seja apenas provocada pelo cunho erudito da primeira, e pelo cariz popular da segunda, as formas abism- são hoje muito mais vulgares, conservando-se os adjectivos abissal e abismal, sendo que, um pouco surpreendentemente, o erudito parece ser mais frequente.

Estamos entendidos?

Até uma próxima lição...

terça-feira, julho 13, 2004

Regressando de férias

Recém-regressado de férias, aqui ficam apenas algumas ideias amontoadas, que nem um texto são.

1) Os cabrões dos gregos limparam-nos o Euro, e ganharam-nos duas vezes - Estávamos à espera do quê? O Olimpo não é na Grécia? Nós só tínhamos um indivíduo que ama a Sra. do Caravagio, e dez milhões que adoram a Nossa Sra. de Fátima. É natural que as dezenas de deuses gregos tenham mais influência junto do Velho Barbudo, do que duas tipas, que já são bem velhas e nunca foram boas como uma Diana, ou uma Vénus...

2) Ainda futebolisticamente, foi curioso reparar que neste Euro só tivemos duas filosofias: equipes que procuravam a posse de bola e atacar a todo custo sem posições fixas no ataque (Portugal, Rep. Checa, Holanda, França), e outras que davam deliberadametne a posse de bola ao adversário, remetiam-se ao seu meio-campo, e preferiam jogar em contra-ataque (Grécia, Suécia ou, espantemo-nos, a Inglaterra). Poderíamos supor que o futebol defensivo foi o que imperou, visto a Grécia ter ganho o campeanato, mas se virmos que nas meias-finais estiveram 3 equipes atacantes, então temos de refazer o nosso julgamento e retirar daqui duas conclusões: a) o futebol de ataque ainda é melhor do que "catanaccios"; b) os gregos jogaram mesmo muito bem.

3) Filhos da puta, logo tinham de jogar bem neste Europeu...

4) Fui de férias com o Cherne primeiro-ministro, o Carapau-de-corrida Santana Lopes presidente da Câmara de Lisboa a enterrar o Marquês e o Parque Mayer num túnel sem saída, e com o Ferro a fazer as tristes figuras de sempre; Venho de férias e encontro um Cherne a ser servido com batatas a murro na cantina da CE aos amigos Blair, Chirac e Schröder, e o tipo dos túneis embargados - surpreendentemente auxiliado pelo "cabecinha de lâmpada" a querer meter este país, definitivamente, no tal túnel sem saída... Se eu estivesse no lugar do Ferro, perante a troca de um Cherne com batatinhas, por um carapau na bucha, eu não me demitia: suicidava-me.

5) Paulo Portas, depois de insatisfeito com os seus submarinos ao ver que se sentasse em cima deles, este não desapareciam mesmo que muito untados com vaselina, pulo de satisfação com a possibilidade de refazer um governo (ainda) mais à direita, com (ainda) mais ministros do PP. No entanto, parece-me que o carapau é um peixe que algo indigesto para o estômago delicado do referido senhor, e que, introduzido pela outra extremidade do aparelho digestivo, não só não dá muito prazer, como também pode espetar uma ou outra espinha em zonas muito delicadas.

6) Por fim, uma nota linguística: Ontem, na SportTv, assisti ao memorável encontro Peru vs Equador. Aliás, Perú, com acento no u. E hoje, no Jornal da Tarde, lia-se no rodapé, "Vitorino acaba hoje com o tabú". Por isso, aqui fica uma nota informativa: Amigos, todas as palavras acabadas em u, exceptuando as que acabam em ditongo ou são formas verbais, não são acentudas, ok?
Acham que alguém iria comer um "peru" julgando que era a fruta do pereiro?

Posto isto, beijinhos e até breve.

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