Blog do Homem Estupendo

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quarta-feira, setembro 20, 2006

Publicidade erótica, ou é tudo na minha cabeça?

Este post é apenas um apontamento, uma reflexão curta e, se calhar, como é habitual, completamente desprovida de pertinência.

Num destes dias, abri a minha caixa do correio e dei de caras com um folheto da Casa, a conhecida loja de artigos para o lar. Bom, levei-o para casa, juntamente com muitos outros prospectos publicitários, mas este chamou-me a atenção especialmente. Porquê? Bom, porque tinha escrito, a letras garrafais, como título: “Festa da Verga”.

“Festa da Verga”?!

Tudo bem que a verga é um material com que se faz mobiliário, mas será que é possível ignorar também as conotações menos literárias do termo?
Ou terá sido só na minha pervertida cabeça que a expressão se sinonimizou com palavras como: rambóia sexual, orgia, título de filme porno, hino ao falo, menir.

Menir?!

Bom, adiante.

Para piorar a coisa, fui descobrir, entre os outros panfletos, um pequeno papel que fazia publicidade a uma engomadoria na Pontinha.

Pois, perante a minha estupefacção, alguém teve a brilhante ideia de chamar à loja “Engomapontinha” e de escrever isto no dito papel, em letras douradas, num fundo vermelho…

Novamente, pulularam na minha mente ideias como rambóia sexual, orgia, título de filme porno, hino ao falo, menir ou “Festa da Verga”!

Menir outra vez?!

Quem é que está por trás disto?!
O que se passa aqui?!
Será que é só na minha cabeça que as expressões “Festa da Verga” e “Engomapontinha” têm conotações profundamente sexuais?!

Será que os inventivos criativos que pensavam em trocadilhos pouco poéticos para os títulos dos filmes porno agora são directores de marketing de sucesso, que conseguiram importantes lugares na Casa e na… Engomapontinha, mas não conseguiram ultrapassar o espartilho da sua anterior experiência profissional?

Digam-me se isto é só na minha cabeça, por favor!




“Cabeça”?

quarta-feira, setembro 13, 2006

Manta Rota, em Setembro

Os grilos e as cigarras começam a calar-se,
ou então é o barulho dos homens que se lhes sobrepõe.

A neblina das sete aqui está,
sustendo o calor matinal que já quer irromper,
por de trás das poucas nuvens baixas que se aliam ao horizonte.

Velhos e netos, ou pais e recém-nascidos, com invejável vagar,
vão, serenamente, até à praia,
e acordam algumas surpreendidas gaivotas que dormiram até mais tarde.

Quando o sol pica nas cabeças dos desprevenidos,
os que estavam na praia dão lugar a jovens para quem a noite findou há pouco,
e a casais apaixonados, que romanticamente se embrenham nas dunas,
descobrindo sem pudor os seus corpos.

Esta é a hora em que o calor sensualiza os disponíveis para amar,
e fustiga as peles morenas e cansadas dos conquilheiros que chegam para a faina.

Entretanto, o sol já permite o regresso daqueles que o gozam com moderação,
e os pescadores e conquilheiros, que já não têm a maré de feição,
abandonam a praia, com baldes de vida que mais tarde será petisco.

Ao ocaso, os casais e os velhos cedem os lugares às gaivotas que procuram um poiso para pernoitar,
embora um cão, mais com curiosidade do que com maldade, corra atrás delas.

O mar, aproveitando a lua cheia e o equinócio que se aproxima,
galga areias que já não beijava há um ano,
como que resmungando de tantos banhistas que o usaram,
e querendo enxotar os poucos que ainda o abraçam.

Quase sem se dar por isso, o sol já tombou sobre Cacela Velha,
facto que faz o céu ficar pintado de exuberantes cores cerúleas,
enquanto os mosquitos procuram abrigo nas dunas.

Sob os voos rasantes das andorinhas e das gaivotas,
regressamos a casa, pois é hora do jantar,
estando sempre acompanhados pelo índigo celeste.

Por fim, quando a noite cai e o céu estrelado impera,
a temperatura dá-nos descanso,
e, ao longe, tudo o que ouvimos é o mar.

Pouco depois, os grilos e as cigarras juntam as suas melodias à do mar
e, como que por magia, somos embalados em sonhos paradisíacos.

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