Blog do Homem Estupendo

O "blog" de um homem que é tudo menos estupendo...

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domingo, agosto 28, 2005

Kraków 1

Para todos aqueles que andam a pensar por que razão este blogue tem andando parado – provavelmente uma infindável legião de desocupados cibernautas, ou simplesmente malta simpática que, por me conhecer, pica o ponto de vez em quando, em gesto de caridade – aqui seguem algumas notas.

Não tenho escrito nada, pois tenho estado a trabalhar aqui www.cepra.pt e tenho andado com muito pouco tempo livre. De segunda a sexta é só trabalho, e o fim-de-semana tem sido para a cara-metade.

Rompo este silêncio, pois tive uma semana de férias em Agosto – uma semana, isso mesmo, uma loucura, 5 dias, resmas de horas… – e decidi ir até Cracóvia com uma amigas, e por isso julgo que esta viagem merece umas reflexões escritas.

Caríssimos, Cracóvia, ou Kraków para os de lá – já agora, lê-se [krakúv] – é uma cidade extraordinária! Fui para lá a pensar que iria ver as tristes consequências de dois regimes diferentes mas semelhantes, o nacional-socialismo alemão, e o comunismo soviético, e afinal, na cidade propriamente dita, nada disso eu encontrei.

Nos arredores, pela linha de comboio, vê-se efectivamente muitas unidades fabris megalómanas completamente abandonadas e irremediavelmente desactivadas. Isto será ainda uma herança comunista, mas para além disto, só mesmo num café em que se paga para mijar e para pendurar o casaco é que há mais vestígios da política do “a bem do partido”.

De resto, Cracóvia é uma cidade que consideraria italiana, com um certo toque oriental, e muito animada à noite.

Italiana porque muitos dos edifícios do centro histórico foram construídos por italianos renascentistas seduzidos pelo dinheiro abundante do importante posto comercial que outrora a cidade foi; oriental, porque a cidade foi completamente devastada, no início da idade média, por um povo Mongol especialmente bárbaro e nómada, e assim, como consequência, em cada 10 polacas, 7 ou 8 apresentam caras redondas e olhos rasgados; animada à noite porque o número de bares, cafés, esplanadas e afins é muito superior ao do conjunto de todos os restantes estabelecimentos comerciais da cidade. Ah, e quase não há discotecas – o que para mim se me apresenta como uma particularidade fascinante e sedutora – pois o povo polaco está muito mais habituado a longos serões a tocar, falar e a beber vodka, do que a dançar…

E pronto, aqui fica um cheirinho da minha viagem.

Quando tiver tempo, escreverei sobre a tocante viagem até Auschwitz – Birkenau, o monumental “barrete turístico” que são as minas de Wielizka, e tecerei algumas considerações sobre a pensão onde ficámos – absolutamente ao estilo de Kusturika – e, claro, sobre a “gaijada” da Polónia…

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