Blog do Homem Estupendo

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terça-feira, abril 25, 2006

De novo na casa de banho…

Um dos primeiros textos que escrevi neste blogue relatava uma espantosa descoberta que fizera numa casa de banho feminina, num restaurante chinês de Lisboa.

Não, não descobri nenhum pastor alemão congelado, nem estava a satisfazer necessidades de voyeurista, espreitando meninas a fazer chichi. Vão lá e vejam sobre o que é, se quiserem.

De qualquer modo, considero-o o texto fundador deste blogue – um texto que tem por base experiências numa casa de banho, para um blogue que só deve mesmo ser lido na casa de banho, quando um tipo se esqueceu de levar o folheto do Lidl para ler enquanto “obra”.

Seja como for, este textozinho relata mais uma aventura numa casa de banho.

No dia 25 de Abril decidi celebrar a revolução indo ao cinema.

Ok, talvez não tenha sido para celebrar nada; foi só mesmo para aproveitar o feriado. Seja como for, fui ao cinema e empanturrei-me em pipocas e Ice-Tea, pelo que, assim que saí, tive de ir à casa de banho “mudar a águas às azeitonas”, e foi aqui que tudo se deu.

Imediatamente depois de eu entrar, entraram 3 ou 4 tipos – sim, porque desta vez eu acertei na casa de banho, e não fui à das mulheres. Eu dirigi-me para um dos cubículos com a retrete, e dos outros tipos, apenas um se dirigiu aos urinóis – os outros imitaram-me.

Ora, quando se ouvia poderosos esguichos a baterem nas beatas que estavam na água suja da sanita, o tipo que estava nos urinóis saiu-se com esta: “Ouçam lá, se vocês não vão cagar, porque é que mijam sempre aí, e não aqui? Estão com medo de alguma coisa?”

Bem, eu puxei o autoclismo e saí, e os outros tipos fizeram o mesmo. Claro está que nos encontrámos nos lavatórios, e aqui está o intrigante: o silêncio era ensurdecedor. O inquiridor claramente esperava uma resposta, mas os outros tipos estavam com os olhos pregados nas mãos, sem dizer nada.

Eu saí do WC e fiquei a pensar um pouco no assunto.

A verdade é que eu vou sempre à retrete e não ao urinol, mesmo que seja só para mictar. Porquê?

Ora bem, efectivamente, se todos os urinóis de uma casa de banho estiverem ocupados por moçambicanos, é óbvio que não me apetece ir ao único urinol livre. Sim, neste caso estaria com medo de algumas coisas: se fosse um racista generalista, estaria com medo de ser assaltado; sendo apenas um tipo observador, bom, digamos que recearia ver o meu índice de virilidade diminuído…

Por outro lado, se em vez de moçambicanos estivessem chineses, bem, aí iria airosamente até o urinol livre… Ou então não…

Acho que procuraria sempre a retrete.

Não é tanto um problema de comparação; é mais o facto da retrete nos dar uma certa intimidade que nos alivia e ampara. Por exemplo, quando um tipo liberta um gás, se estiver no cubículo, ninguém sabe quem é, e todos se riem. Se estiver no urinol, ouvem-se logo bocas: “Ganda porco… Fecha a boca!”, “Cala-te, ó javardolas!”

Por outro lado, enquanto se mija, se estivermos no cubículo podemos pensar na vida – sim, é uma momentânea reflexão, mas normalmente é sempre muito proveitosa, pois é acompanhada de uma sensação de alívio inigualável.

Se estivermos no urinol, isso não é possível, pois temos de nos preocupar com a nossa carteira, que está no bolso de trás das calças.

Para já não falar no muito pouco higiénico problema das gotas, e penso que este é que é o cerne da questão: os homens são famosos por sujarem as sanitas, por não conseguirem urinar sem fazer um bonito e pérfido charco. Ora se a mijinha for feita num urinol, é óbvio que o repuxo é vai atingir os colegas do lado, especialmente se nós fizermos o que fazemos sempre que temos de ir a um urinol: tentar acertar nas bolinhas de naftalina até elas se dividirem.

E depois de mijar, o que se faz? Exacto, sacode-se a gaita, não olhando para onde voam os salpicos.

Com é óbvio, isto é muito pouco higiénico, e pode dar origem a sérios problemas com os vizinhos.

Deve ser por isso que os homens – todos sem excepção – preferem ir mijar ao apertado cubículo com a retrete, em vez de se aliviarem no urinol, para já não falar no estímulo intelectual que é a chamada literatura de porta da casa de banho – verdadeiras pérolas, que às vezes até rimam!

Claro que, quando um tipo faz 300 km numa auto-estrada à rasca para mijar e finalmente pára numa área de serviço, é óbvio que aí o urinol é o nosso mais precioso e desejado amigo, caso as retretes estejam cheias.

Mas, se estivermos mesmo à rasca, não há tempo para reflexões, nem para apreciar os escritos nas portas, e estamos completamente a borrifar-nos se apanhamos ou não com um pinguinho de urina de um vizinho.

E pronto, chega de javardice inconsequente.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Inconsequente?! Não acho nada! Aliás, a questão que tu levantaste sempre me intrigou... As meninas não têm desses conflitos "emocionais"!

6:26 da tarde  

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